Ela

- Brilhante! Esta demonstração matemática está... está... eu nem sei o que dizer! Prepara-te para os colóquios, as conferências, ...
- E se eu não quiser ir? E se eu não quiser provar nada a ninguém?
- És louca?! Isso não tem lógica nenhuma! É claro que queres!
- É claro que quero?! Como assim? E se for louca?
- Não, tu não serias egoísta ao ponto de privares a Humanidade de uma descoberta destas!
- Não percebo nada do que estás a dizer... Vamos parar com esta conversa, estou a ficar com náuseas. Sai da minha casa, preciso de ficar sozinha.
- Não, eu não me vou embora enquanto tu... - não conseguiu a acabar a frase sendo subitamente interrompido por ela.
- SAI!!

Assim que ficou sozinha vomitou, vomitou tudo: as teorias, as demonstrações, os teoremas, as conjecturas. Porque é que haveria de ser lógico?! E se fosse tão bom, tivesse dado tanto prazer que quisesse guardar só para si?! E já tinha dividido com ele! Tinha confiado tanto nele... Não era justo.


"É meu, saiu da minha cabeça, eu faço o que quiser!" - Pensou e pensou e pensou e pensou e sentiu tudo a girar à sua volta. Caiu.

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- Desculpa.
- Ainda estou a digerir, quero ficar sozinha.
- Quando quiseres falar comigo procura-me.
- Sim.

Em busca da verdade, através de um raciocínio lógico. Mas, quem disse que a vida era lógica?